
Tudo sobre a Síndrome da Cauda Equina
FisioanimalTudo sobre a Síndrome da Cauda Equina
Dra. Maira Formenton, Médica Veterinária Fisiatra da Fisioanimal.
O que é a estenose degenerativa lombo-sacra e como tratar
A Estenose Degenerativa Lombo-Sacra ou Síndrome da Cauda Equina é uma compressão na inervação na parte final da coluna, próxima ao rabo, que causa muita dor e dificuldade de andar. É uma doença bastante comum animais idosos, principalmente nos cães de grande porte como Pastor Alemão, Rottweiller e Dogue Alemão, embora possa acontecer em qualquer raça.
Como identificar?
Quando existe instabilidade na coluna vertebral, o movimento causa inflamação na medula espinhal e nos músculos da região. Os cães com essa síndrome apresentam muita dor e com o passar do tempo começam a ter dificuldade para se levantar com as patas traseiras, fraqueza ou manqueira, alguns podem até ficar paralisados das patas traseiras.
Leia também: Quais são os tipos de dor dos pets e como controlar?
Como Tratar?
O tratamento da cauda equina pode ser conservador ou cirúrgico (em casos mais graves). A cirurgia consiste em corrigir a estenose para aliviar a compressão nas raízes nervosa. Nos casos mais leves ou em fase inicial, a fisioterapia pode impedir ou adiar o procedimento cirúrgico e devolvendo o bem-estar ao animal. Dentre as técnicas mais indicadas estão:
Fisioterapia: tem papel fundamental no fortalecimento da região, estabilizando o quadril e prevenindo o agravamento do quadro. Em pacientes paralisados, a fisioterapia ajuda na manutenção da qualidade de vida do pet e na adaptação da cadeira de rodas, por exemplo.
Acupuntura: auxilia no controle da dor e da inflamação, e no retorno das funções de micção ou deambulatórias.
Shock Wave: é um potente anti-inflamatório local, promove grande alívio de dor e facilita a reabilitação.
Se você acha que o seu pet pode ter esse problema, agende uma consulta na Fisioanimal e acabe com a dúvida. Nós queremos o seu pet sempre de bem com a vida!
Veja Abaixo um texto técnico da Dra. Maira Formenton sobre o tema publicado na Revista Nosso Clínico
Estenose degenerativa lombo-sacra.
Também nomeada de “Síndrome da Cauda Equina”, é resultado de uma estenose adquirida no canal lombo-sacro, que comprime a inervação e vascularização no segmento L7-S1. Por si só, a compressão L7-S1 levaria a sintomas de tônus de cauda, incontinência urinária e fecal, porém, a inflamação crônica, instabilidade e degeneração do canal medular estendem-se cranialmente, o que leva aos sinais de alteração de propriocepção, perda de sensibilidade e consequente paralisia dos membros pélvicos. Em casos mais leves, o sinal clinico inicial é apenas a dor lombo-sacra, evidenciada quando eleva-se a cauda ou realiza-se uma pressão na região.
Dentre os fatores predisponentes ressalta-se idade (idosos), raças médio a grande porte (pastores alemães), peso (obesidade), atividade física (sedentarismo ou atividades que gerem lesões em cães de trabalho), presença de malformações congênitas (vértebra de transição local), hérnias de disco e hipertrofia do ligamento amarelo. O diagnóstico é realizado por radiografia simples, porém recomenda-se a tomografia ou ressonância magnética para diagnóstico diferencial, que envolve neoplasia, traumas, discoespondilite e outras afecções neurológicas que podem ocasionar a paralisia nos membros pélvicos. Após o diagnóstico, o tratamento pode ser cirúrgico, com descompressão cirúrgica em casos avançados ou recidivantes. O manejo conservativo envolve o controle analgésico, e terapias complementares.
Caminhadas assistidas controladas ajudam animais com estenose lombo sacra a manter a musculatura.
Dentro da reabilitação, as técnicas de acupuntura e fisioterapia são recomendadas para a abordagem inicial. A acupuntura promove o estímulo neurológico para controle da dor e da inflamação, além do retorno de funções de micção ou deambulatórias. Já a fisioterapia tem papel essencial para o fortalecimento da região, de forma a estabilizar e promover a prevenção do agravamento do quadro. Em casos onde os sintomas neurológicos iniciaram-se, o treino deambulatório e estímulos ao caminhar, além do fortalecimento dos membros pélvicos, são os focos do trabalho da fisioterapia. Já em pacientes onde a paralisia está instalada com perda de sensibilidade, e a chance de recuperação é menor, a fisioterapia desempenha o papel de manutenção da qualidade de vida do paciente, adaptação à cadeira de rodas quando possível, prevenção de escaras e conservação dos reflexos que ainda estiverem presentes, além da prevenção de lesões secundárias, como hérnias cervicais. Outras terapias podem ser indicadas para complementar o trabalho da fisioterapia e da acupuntura, como a aplicação de ShockWave e de células tronco mesenquimais.
Hidroterapia ajuda a fortalecer animais com estenose lombo sacra que não conseguem se manter em pé.
Referências:
Sims, Cory; Waldron, Rennie; Marcellin-Little; Denis J Rehabilitation and Physical Therapy for the Neurologic Veterinary Patient. The Veterinary clinics of North America. Small animal practice. 45. 1: 123-143, 2015
De Risio L; Thomas WB; Sharp NJ Degenerative lumbosacral diseases. Part I Anatomy, pathophysiology ans clinical presentation. Comp Cont Educ 13: 61-69, 1991
Sharp NJH, Wheeler SJ Small Animal Spinal Disorders: Diagnosis and Surgery, 10: 181-209, Elsevier, 2005
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