6 JAN

Displasia de cotovelo em cães – Dra Maira Formenton

Fisioanimal

Displasia de cotovelo em cães

Texto: Dra Maira Formenton, Diretora Clínica Fisioanimal, publicado na Revista Nosso Clínico

A displasia de cotovelo é caracterizada pelo desenvolvimento anormal da articulação do cotovelo, que pode ocasionar deformidades e osteoartrose grave. Atualmente consideram-se afecções relacionadas ao desenvolvimento da articulação do cotovelo canino a incongruência articular (IA), fragmentação do processo coronóide medial da ulna (FPCM), não-união do processo ancôneo (NUPA) e osteocondrite dissecante (OCD). As causas são desde traumáticas até genéticas ou congênitas, porém ainda não estão totalmente elucidadas e acredita-se que ocorram de distúrbios na ossificação endocondral (osteocondrose) das cartilagens fisárias (NUPA, FPCM e IA) ou das articulares (OCD). Alguns autores incluem dentro desta displasia o fechamento precoce do disco epifisário da ulna (FPU), que gera deformidades e incongruência em articulações de carpo e cotovelo.

Estas alterações podem surgir isoladamente ou combinadas, sendo que autores afirmam que a forma bilateral da doença pode ultrapassar 50% dos casos, mesmo que a queixa principal seja unilateral. A displasia de cotovelo, assim como a displasia coxofemoral, é uma afecção poligênica, a qual tem seu desenvolvimento influenciado por fatores hereditários. Em vista disso sua incidência pode ser reduzida com programas de seleção para cruzamentos, sendo que os aspectos clínicos são minimizados com controle da obesidade e restrição do acesso a pisos lisos e escorregadios.

Displasia de cotovelo em cães

Hidroterapia ajuda a fortalecer animais com displasia de cotovelo

Tratamento Displasia de cotovelo em cães

Acupuntura trata e alivia a dor de artrose no cotovelo

Tratar Displasia de cotovelo em cães

Exercícios orientados são essenciais para tratar a displasia de cotovelo em cães.

As raças com maior acometimento são de médio a grande porte, principalmente Bernese Montain Dog, Labrador Retriver, Rottweiler, Golden Retriver, Bulldogues Inglês e Pastor Alemão, de idade entre quatro a oito meses, onde são demonstrados os primeiros sinais clínicos.

Apesar do diagnóstico precoce ser de extrema importância para a prevenção da doença articular degenerativa,  a displasia de cotovelo normalmente é diagnosticada quando já existe uma claudicação persistente e até mesmo osteoartrose avançada, devido à falta de informação sobre o distúrbio ou a sutileza dos sinais clínicos nas fases iniciais. Para realizar um diagnóstico precoce deve-se proceder com o exame ortopédico de rotina em animais de raças suscetíveis, com idade entre 15 e 20 semanas de idade, e exame radiográfico de ambos os cotovelos. Caso nessa idade não seja identificada alterações radiográficas deve-se refazer a avaliação aos 6-9 meses de idade.

O tipo de tratamento depende de cada caso, levando-se em conta fatores como: presença e gravidade de osteoartrose, idade, dor, peso do paciente e grau de claudicação. Há como opção tratamentos conservadores ou cirúrgicos, com o objetivo alívio da dor, manutenção da função do membro e retardar a progressão da osteoartrose. Os cães jovens com diagnóstico de NUPA, OCD e FPC são candidatos à cirurgia, assim como cães com leve a moderada incongruência articular e osteoartrose mínima. É também indicada a cirurgia a cães maduros, os quais já convivem com osteoartrose leve a moderada, mas permanecem com a articulação instável. A cirurgia não é recomendada para os pacientes com osteoartrose grave e com estabilidade articular, sendo que para estes, o tratamento com analgésicos, fisioterapia, reabilitação e cuidados paliativos são de eleição.

Mesmo após cirurgia, a tratamento deve ser multimodal. A reabilitação pós operatória deve ser iniciada precocemente, a fim de manter a amplitude de movimento do cotovelo, além de auxiliar no controle da dor e da inflamação, visto que são cirurgias complexas e com grande envolvimento de estruturas ósseas, como em casos de FPDFU. A analgesia com anti-inflamatórios e opióides auxilia a realização da fisioterapia, além da aplicações de laserterapia, eletroterapia e magnetoterapia.

Ao longo da reabilitação são empregados exercícios de fortalecimento e flexão do cotovelo, como dar a pata (Foto1), exercícios isométricos e hidroterapia (Foto 2), com objetivos progressivos de ganho de força muscular, amplitude de movimento e recuperação funcional.

No manejo conservador, também são indicadas sessões regulares de fisioterapia com exercícios de baixo impacto articular, dentre eles o exercício em esteira aquática. A fisioterapia tem como função nessa doença aumentar o fluxo sanguíneo na área afetada, relaxar os músculos, aumentar a mobilidade e a massa muscular, aumento de força com consequente aumento de estabilidade articular, o que por consequência diminue a dor e melhora o fluido sinovial da articulação. O controle da osteoartrose a longo prazo por ser feito com a associação de nutracêuticos, como suplementos de ômega 3, crondroitina e glicosamina, colágeno tipo II, entre outros.

Além das técnicas clássicas da fisioterapia, outras modalidades podem ser realizadas no tratamento conservador de displasia de cotovelo, como a ozonioterapia, implante de ouro , a acupuntura e a moxabustão (Foto 3).  Em casos pouco responsivos pode-se optar por técnicas como a aplicação de Shock Wave, infiltrações com Plasma Rico em Plaquetas, Ácido Hialurônico até Celulas Tronco Mesenquimais.

Em suma, o paciente com displasia de cotovelo deve ser acompanhado pelo fisioterapeuta seja na opção cirúrgica ou na opção conservativa, tendo em vista que o diagnóstico e tratamento precoces da doença podem determinar o grau de comprometimento do animal pelo resto de sua vida.

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