Dicas para Acampar com Cães e Gatos
FisioanimalDra. Maira Formenton, Diretora Fisioanimal, dá entrevista e dicas para acampar com cães e gatos.
Neste mês a nossa diretora clínica, Médica veterinária fisiatra e professora de medicina veterinária Maira Formenton deu uma entrevista para o Portal Vida de bicho ( Globo.com) sobre o tema!
Confira!
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Acampando com cães e gatos: confira as principais dicas e cuidados
Já pensou viver uma aventura na natureza ao lado do seu amigo de quatro patas? Descubra como fazer isso com segurança
...Por Por Isadora Moraes
Fazer aventuras ao longo da vida é muito bom, mas ao lado de um amigo de quatro patas tudo pode ser mais divertido. Você já pensou em acampar com o seu pet? Mas será que eles podem frequentar esse tipo de lugar?
Os cães podem, sim, acampar, desde que tenham sido inseridos nesse contexto aos poucos, com contato com a natureza, convívio com outros bichos e costume de estar com outras pessoas. Segundo a médica-veterinária Maira Rezende Formenton, no caso dos felinos, o tutor só pode levá-lo se ele for acostumado com a guia, pois há risco de fuga.
É preciso manter os animais na área pet friendly do camping, para protegê-los de possíveis doenças e preservar a fauna local
Cuidados pré-viagem
Caso o animal esteja apto diante desses requisitos, hora de fazer as malas! A médica-veterinária Carolina Kliass Abecasis revela que os itens básicos são: pote de água e comida, brinquedos, guia regulável, vacinação e antipulgas em dia.
É importante verificar as doenças endêmicas da região de destino, pois pode existir um protocolo vacinal diferente. É comum a presença de insetos nessas áreas, por isso, o repelente veterinário deve ser incluído na bagagem.
E não para por aí! A influenciadora Patricia Camargo, que já acampou com os pets, explica que é preciso levar itens de higiene, como xampu e condicionador, além de roupinha, manta, protetor solar, toalha, pano desinfetante veterinário, a carteira de vacinação e documentos do bicho.
“Tem camping que não aceita pet, é importante a pessoa conferir isso antes de ir. Às vezes ele pode até aceitar animal, mas não tem uma estrutura adequada, então, é importante avaliar esses detalhes antes de fechar a viagem”, alerta Patricia.
A farmacinha também é essencial. Carolina lembra de incluir antitóxico (carvão vegetal), analgésico, anti-inflamatório e antialérgico.
“Uma pomada cicatrizante e kit de curativos também podem ajudar, porque, às vezes, as atividades são em áreas abertas e ele pode ficar suscetível a picadas de outros animais e machucados, por exemplo”, acrescenta Maira.
Outra forma de proteger o pet durante a viagem é implantado um microchip e colocando uma placa de identificação na coleira com o nome do peludo e os dados do tutor.
Para o bem-estar do pet, leve roupas, mantas e remédios essenciais para o camping.
Adaptação no camping
Foto: Google
Feito isso, pé na estrada! Chegando no destino, dê uma volta com o pet na guia para que ele sinta os cheiros e a dinâmica local.
Depois, organize onde ele irá dormir à noite. Os animais que são acostumados a descansar no quarto com os seus tutores devem permanecer dentro da barraca, como se estivessem em casa, isso facilita a adaptação ao espaço, inibindo o medo e a ansiedade, de acordo com Carolina.
Já aqueles que gostam de ficar em um canto separado, podem dormir do lado de fora da barraca, desde que seja um espaço fechado, aquecido e seguro.
Durante a estadia, é fundamental introduzi-los aos poucos nas atividades recomendadas para cada um. Os animais de porte pequeno e sem condicionamento físico não devem participar de caminhadas extensas, por exemplo.
“O animal que não foi condicionado, pode ter uma lesão muscular extensa. Quando o pet não é preparado para se movimentar muito e o tutor o obriga, chamamos de síndrome do cachorro do fim de semana, ela acaba desgastando o pet e ainda pode levar a uma insuficiência renal”, finaliza Maira.
Mas, afinal, os pets podem frequentar reservas naturais?
Primeiramente, é importante entender que os animais domésticos têm contato com agentes patógenos que transmitem doenças para os bichos silvestres, e vice-versa. Por isso, para os riscos de infecção serem minimizados, o ideal é que o camping ofereça uma área exclusiva para quem está acompanhado de um peludo. Essa barreira torna o ambiente mais seguro para ambos, explica Guilherme José da Cota Silva, pesquisador e ictiólogo do programa de Pós-Graduação em Saúde Única da UNISA.
Se a doença de algum animal silvestre contaminar o pet, ele poderá passá-la para os outros bichos da casa e até ao tutor. “Esse é um dos motivos do surgimento de novas zoonoses, que são as doenças que podem ser transmitidas entre animais e humanos”, diz Guilherme José.
Dessa forma, não é recomendado que o pet participe de atividades em reservas naturais, como trilhas e cachoeiras, pois ele pode estar exposto a novas doenças e levar outras para a fauna local. Para os peludos, o melhor é aproveitar apenas as áreas pet friendly.