25 AGO

Aplicação toxina botulínica para dor em animais

Fisioanimal

Aplicação toxina botulínica para dor em animais

Você sabia que seu pet também pode se beneficiar da aplicação de toxina  botulínica para dores articulares e musculares?

Confira abaixo como seu amigo de quatro patas pode melhorar com este tratamento para dor em animais!

A toxina botulínica (TB) gera bloqueio da liberação da acetilcolina (Ach) das terminações nervosas efetoras,  sem alterar a condução nervosa de sinais elétricos ou a síntese e armazenamento de Ach. Através deste mecanismo de ação, impede a exocitose da acetilcolina na fenda sináptica, provocando denervação química parcial e diminuição da contratura muscular sem total paralisia.

Produzida pelo processo de fermentação da bactéria anaeróbia Clostridium botulinum, a toxina botulínica é dentre as toxinas bacterianas uma das mais potentes. Causadora do botulismo, em 1978 Alan Scott identificou os potenciais terapêuticos que esta molécula poderia ter em doses baixas e controladas, sendo os primeiros testes realizados em seres humanos para tratamento de estrabismo. Em seguida procedeu-se para outras afecções que causavam distonias, tremores e em 1989 publicou-se um dos primeiros artigos comprovando o benefício na espasticidade. Ressalta-se que, apesar do uso estético ser extremamente difundido, este efeito é secundário da toxina, sendo que a aplicação terapêutica o real motivo de sua pesquisa e desenvolvimento.

Aplicação de toxina botulínica para dor muscular em paciente canino com displasia coxofemoral. Foto: Dra. Maira Formenton

Aplicação de toxina botulínica para dor muscular em paciente canino com displasia coxofemoral. Foto: Dra. Maira Formenton

 

Existem diversos sorotipos, sendo que o tipo A é o mais comum. Emprega-se a unidade internacional UI para considerar a dosificação,  sendo que a UI da toxina em si foi determinada pela sua DL 50 (dose capaz de matar a metade da população em experimentos com ratos).

 

No músculo estriado esquelético o efeito inicia-se após alguns dias, com ação completa após duas semanas, e estendendo-se até 6 meses. O mecanismo de ação na dor ainda não é totalmente elucidado, porém sabe-se que na musculatura álgica, inclusive em casos de síndrome dolorosa miofascial, há interrupção do ciclo dor-espasmo-dor, com alívio sustentado pelo período descrito. Esta analgesia possibilita ao paciente realizar os exercícios de reabilitação e conseguir recuperar-se a longo prazo. Há ainda evidências de interação da TB com tecidos e inervações periféricas, com reflexos em controles centrais de dor,  e mediação de neurotransmissores envolvidos na transdução da dor, como a substância P.

A aplicação em pequenos animais é simples, mas requer experiência para cálculo da dose aplicada, além de palpação e identificação do local certo da aplicação.

Não é necessária sedação, e a limitação se dá pelo custo da toxina. Infelizmente pela nossa experiência  observamos pouco efeito em contraturas secundárias a cinomose, com pouco alívio nestes casos, sendo que não se sabe o motivo desta baixa eficiência nestes animais. Ao contrário, casos de dor miofascial ou síndrome miofascial apresentam ótimas respostas, e também em contraturas não relacionadas a cinomose.

Pode-se aplicar em animais que tenham dores musculares secundárias a doenças como displasia coxofemoral, artrites e artroses, dores compensatórias musculares por sobrecarga, dores musculares por displasia de cotovelo, tendinites, entre outros.

Esta técnica avançada de reabilitação é feita aqui na Fisioanimal, pela Dra. Maira Formenton. Se você acha que seu amigo pode se beneficiar do tratamento, entre em contato conosco e agende uma avaliação.

 

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